Crianças são guias turísticos e gerenciam museu no Ceará

Memorial do Homem Kariri conta com a ajuda de crianças em sua gestão e ao guiar turistas sobre tradições e saberes locais.

A criança deve ser livre para fazer o que for de seu interesse, desde que não atrapalhe seu desenvolvimento, não agrida sua integridade física ou moral, a mantenha em segurança, e ainda tenha aprovação de seus responsáveis. Com base nesses princípios, o Memorial do Homem Kariri, em Nova Olinda, no sul do Ceará, dá a chance para que os pequenos guiem os turistas pelo local e ainda organizem toda a gestão do museu.

Sede do Memorial do Homem Kariri, no sul do Ceará.

Segundo Alembergue Quindins, um dos fundadores do museu ao lado de Rosiane Limaverde, a ideia de ter a gestão do museu toda organizada e guiada pelos pequenos surgiu das próprias crianças. “Eles viam a gente recebendo e começaram a fazer o mesmo. Acho que é uma grande ferramenta para desenvolvimento de oratória, de organização, de autonomia e de autoconhecimento”, analisa.

O “trabalho” faz com que as crianças ajudem a preservar a história da região e adquiram mais aprendizado sobre suas origens. Com idade entre 5 e 12 anos, os pequenos ainda têm a chance de aprenderem aulas de rádio, expografia e museologia nos laboratórios do museu.

E ainda tem mais! Todas as crianças podem participar de escavações arqueológicas na região, coordenadas pelo memorial. A atividade, segundo Alembergue, faz com que os pequenos ajudantes auxiliem a encontrar e a elaborar explicações de novas peças para o museu, se tornando assim, parte de sua história e sua formação.

Crianças são guias e gerenciam Memorial do Homem Kariri.

A casa onde se situa o memorial é de 1717 e fica em uma região de indígenas da etnia Kariri. Com a restauração, nos anos 90, o local passou a abrigar objetos doados e escavados no território, pesquisas feitas na região, pinturas rupestres, materiais arqueológicos e até mitológicos.

O Memorial do Homem Kariri atua em conjunto com sua mantenedora, a Fundação Casa Grande. Ao todo, mais de 500 meninos e meninas já passaram pelo museu, realizando diversas funções na cidade e ajudando a construir a relação com a comunidade e com suas próprias identidades.  

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Com informações de Cidades Educadoras