Empatia estará no currículo das escolas municipais de São Paulo

Empatia, eis uma palavra que pode parecer complexa, mas que na realidade define uma habilidade básica do ser humano: a capacidade de se colocar no lugar do outro. E o que isso tem a ver com educação infantil? Cada vez mais, pesquisadores, pedagogos e especialistas em educação apontam para a importância das chamadas habilidades socioemocionais para o desenvolvimento integral da criança.

Com essa relevância em pauta, a Secretaria de Educação de São Paulo incluirá empatia como conteúdo da grade curricular dos alunos, ao lado de outras competências também socioemocionais, como criatividade e abertura para a diversidade. As mudanças entrarão em vigor em 2018.

Em entrevista ao Estado de São Paulo, o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, ressalta que as novas mudanças demandarão uma formação específica para os professores da rede pública. “Estamos muito seguros de que isso vai acontecer”, afirma.

Capacidades como se colocar no lugar do outro, cooperar, contribuir e praticar o afeto e a tolerância são apreendidas na primeira infância.

Ao todo, serão nove as novas habilidades. “Empatia e colaboração”, por exemplo, estimula a coletividade, o empenho para trabalhar em grupo e respeitar os princípios de convivência a fim de solucionar conflitos e colocar em prática a tolência e a cultura de paz.

Claudio Fonseca, presidente do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo, declarou em entrevista ao Estado de São Paulo uma ressalva ao projeto. Segundo ele, é preciso ter cautela para que o novo currículo não recaia em modismo passageiro, incapaz de promover mudanças efetivas na escola. “O currículo escolar acontece todo dia, todos os profissionais precisam estar envolvidos”.

Por que ensinar empatia na escola?

Michele Borba, psicóloga educacional e autora do livro “Unselfie: Why Empathetic Kids Succeed in Our All-About-Me World” (“Para fora de si: por que crianças empáticas são mais bem sucedidas em um mundo que parece girar ao redor do umbigo de cada um”, em tradução livre) acredita que o aumento do narcisismo e a perda de empatia são as principais razões para quase um terço das crianças nas escolas estarem deprimidas e com problemas de saúde mental.

Não por acaso, o assunto é pauta obrigatória em países desenvolvidos em Educação. Na Dinamarca, por exemplo, país referência neste âmbito, e também considerado um dos lugares onde as pessoas são mais felizes pelo “World Hapiness Report 2016” (“Relatório da felicidade no mundo 2016”, em tradução livre), a empatia é tema central discutido com os alunos ao longo dos anos na escola.

Para saber mais sobre os impactos da empatia na educação infantil, leia nossa matéria sobre o assunto:

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