Entenda por que lidar com jardim é tendência em escolas dos EUA

Proporcionar experiências fora da sala de aula enriquece o aprendizado infantil.

Criança deve ter contato com a natureza e saber cuidar dela. Mas, este contato não favorece somente o meio ambiente, como também o desenvolvimento infantil. E, quando essa relação acontece em uma escola, por exemplo, ela estimula até o aprendizado. 

A escola John J. Pershing Elementary, nos Estados Unidos, é um exemplo de que essa afirmação é verdadeira. Há cinco anos, professores, pais, voluntários e estudantes criaram um espaço na parte externa da instituição com um caminho de pedras, uma pequena lagoa, um galinheiro e um jardim. É uma verdadeira sala de aula ao ar livre, onde as cadeiras são tocos de árvores. O local é cuidado por professores e administradores da escola, sendo um serviço voluntário.

Em entrevista para o The Dallas Morning News, a diretora da instituição, Margarita Hernandez, diz que no espaço ao ar livre é possível ensinar sobre o mundo. Segundo ela, os jardins escolares são uma tendência, pois neles há equilíbrio social, emocional e conexões multissensoriais com tudo o que é feito no local. 

Em 2011, a John J. Pershing Elementary foi uma das primeiras escolas onde a ONG REAL School Gardens plantou jardim. Na iniciativa, a organização treinou professores sobre como usar os locais para melhorar o engajamento dos alunos e o desempenho acadêmico.

A partir desta experiência, a organização já plantou mais de uma centena de jardins no Texas. Em entrevista para o The Dallas Morning News, Scott Feille, diretor executivo da REAL School Gardens, diz que a ideia do jardim agrada aos professores, pois ele gostam que seus alunos tenham experiências no mundo real. “Eles querem que eles tenham uma oportunidade de sair do livro, ter um espaço que não seja a sala ou, muitas vezes, o apartamento onde vivem, com pouco espaço verde, e experimentar o mundo em suas mãos”, afirma.

A jardinagem estimula o desenvolvimento infantil.

Os jardins escolares não são um fenômeno novo. De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA, o governo federal incentivou a jardinagem escolar desde o início dos anos 1900, quando construiu um Exército de Jardim Escolar durante a Primeira Guerra Mundial e apoiou jardins de vitória em escolas durante a Segunda Guerra Mundial.

Organizações e estudos relatam que jardins escolares proporcionam vários benefícios às crianças. De acordo com o REAL School Gardens, por exemplo, os resultados de testes regulares de muitos alunos aumentaram em até 15% – sendo que os relacionados às ciências foram os que mais cresceram positivamente – depois que um jardim foi plantado.

A organização também relata que a jardinagem ajuda as crianças a escolherem lanches saudáveis e a aprenderem sobre nutrição, como também reduz os sintomas de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) e estresse.

Margarita tem visto a diferença de comportamento em seus alunos da Pershing e chama o jardim como um lugar “seguro” e “calmante”, que torna mais fácil a conversação de crianças ansiosas ou quietas, por exemplo. Ela diz que, se precisa disciplinar uma criança, não fala com ela em seu escritório, mas a leva para o jardim. “Lá é mais eficaz. O que vai fazer um escritório? Vai criar estresse e ansiedade”, afirma.

Hoje, existem mais de 7.000 jardins escolares nos Estados Unidos, de acordo com o censo do Departamento de Fazendas de Agricultura para Escolas do país. A REAL School Gardens relata que cerca de 97% de seus jardins ainda estão em uso, incluindo alguns plantados há uma década. “Em escolas onde o jardim é usado regularmente para instrução, ele se torna parte da cultura da escola, como um laboratório de informática ou uma biblioteca”, explica Feille.

Organizações e estudos relatam que jardins escolares proporcionam vários benefícios às crianças.

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Com informações de The Dallas Morning News.