Escola mostra que o brincar promove o diálogo intercultural
Brincar é essencial e estimula o desenvolvimento infantil. Mas, o mais importante, a brincadeira é universal e pode expandir limites interculturais. Através do brincar não só as crianças, como também seus familiares e quem os rodeia, são presenteados com aprendizados que ultrapassam qualquer barreira de idioma ou nacionalidade.
É exatamente isso que acontece na EMEI (Escola Municipal de Ensino Infantil) João Theodoro, localizada no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Lá, é possível se ver uma criança boliviana brincando de bambolê pela primeira vez com sua mãe, enquanto um pai, também boliviano, ensina como se joga pião em seu país para os pequenos no local.
Ao mesmo tempo, também se observa na escola, o tio de uma das crianças rodopiando a garotada no gira-gira, enquanto um pai sírio pesquisa na internet a tradução de “bolas de gude” para ensinar como se brinca com elas em seu país.
Todas essas cenas, descritas pelo Cidades Educadoras, envolvem as crianças e seus familiares ao redor do brincar. E, isso só é possível graças ao “Brinca Mundo”, uma das propostas do “Projeto Integração Família-Rede Socioeducativa” – realizado durante maio de 2016 pelo programa Cidades Educadoras, da Associação Cidade Escola Aprendiz –, para fomentar a integração de crianças e famílias migrantes com a instituição escolar.
Na escola, que fica em um bairro conhecido por abrigar pessoas de diversas nacionalidades, estuda um grande número de crianças imigrantes ou filhas de imigrantes de primeira geração.
Por ser uma atividade universal, mudando somente seus nomes e significados, a brincadeira despertou memórias culturais e afetivas nestas crianças e em seus familiares. Assim, com o livre brincar, o projeto Brinca Mundo conseguiu criar um ambiente comum entre toda a comunidade escolar.
Os dias da ação do “Brinca Mundo” na EMEI João Theodoro foram marcados dentro do calendário da Semana Mundial do Brincar, que, em 2016, aconteceu entre 23 e 25/5. A série de atividades, ações e escutas conseguiu atrair 57 familiares para as atividades escolares, aumentou o sentimento de pertencimento dos estudantes com a escola, ajudou a inventariar novas brincadeiras e mostrou que não é preciso falar a mesma língua para promover o diálogo intercultural.
Saiba aqui como aconteceu essa experiência, quais foram as estratégias adotadas e quais seus resultados.
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