Escolas públicas recebem programa de alfabetização audiovisual

O comKids conversou com uma das professoras do Programa de Alfabetização Audiovisual a respeito dos métodos de alfabetização abordados

Por: Redação

O comKids entrevistou a professora Maria Carmen Barbosa, sobre os métodos de alfabetização do Programa de Alfabetização Audiovisual (PAA), que desde 2008 vêm sendo implementado em escolas públicas de Porto Alegre (RS) e fora delas.

A conversa aborda temas como a inserção do audiovisual e da sua tecnologia nas escolas, arte e ciência, linguagens e seu ensino, sensibilidade, prática e difusão.

Oficina de Introdução a Realização Audiovisual na Escola Municipal Victor Issler.

Confira

comKids – Quando teve inicio o programa de alfabetização audiovisual?

O Programa de alfabetização audiovisual vem atuando na cidade de Porto Alegre, RS, desde 2008 tendo como objetivo a construção de um conjunto de ações que combinem o acesso, a reflexão e a produção audiovisual no âmbito educacional.

comKids – A quem esse programa é dirigido? De onde partiu essa necessidade?

O programa teve como endereçamento inicial os estudantes da rede pública de ensino e seus professores, pois acreditávamos que as crianças de classes populares deveriam ter acesso a produtos audiovisuais – filmes, animações, fotografias – de maior qualidade estética e não apenas aqueles que as grandes redes de televisão ofertavam.

Porém, ao longo dos anos, especialistas no campo das mídias audiovisual – artistas, produtores, fotógrafos, cineastas, pesquisadores – que participavam e contribuíam com a qualificação do programa em projetos de formação começaram a estabelecer diálogos com professores e estudantes.

Assim, constituíram novas interrogações e outras possibilidades de respostas, aprendendo, também, a partir desta relação com a escola. Creio que aí estabelecemos um verdadeiro diálogo entre os dois campos.

comKids – O que a linguagem audiovisual tem a oferecer aos professores, a sua formação e desempenho ?

Na formação inicial, realizada em licenciaturas, os jovens professores nem sempre têm a possibilidade de discutir a sociedade contemporânea, a significação da linguagem audiovisual na vida dos jovens e dos adultos e a relação da mídia (e do consumo) na constituição das subjetividades das crianças, jovens e adultos definindo seus interesses e incidindo sobre os processos cognitivos.

Portanto, a formação propiciada pelo programa pretende ofertar elementos críticos/teóricos e técnicos para que os professores possam ampliar sua análise da cultura audiovisual, no contexto de uma sociedade de espetáculo, e assim repensarem sua programação escolar – conteúdos e metodologias – incluindo, de forma crítica, o audiovisual.

Pois as vias da aprendizagem, da expressão e da comunicação das crianças e jovens estão, na atualidade, permeadas pela relação com a tecnologia audiovisual.

Compreender esta linguagem, saber utilizá-la na formação dos estudantes certamente contribuirá no desempenho de todos: escolas, professores e estudantes.

Confira o texto completo da entrevista no site comKids