‘Etnomatemática’: professora relaciona cultura afro e matemática

Você já ouviu falar em etnomatemática? O nome parece complicado, mas na verdade trata-se de algo que não é, de fato, simples, mas que é muito importante: a inclusão. A afroetnomatemática, outra expressão que parece difícil, é, na verdade, uma vertente que busca trabalhar com crianças e jovens o estudo dos aportes africanos e afrodescendentes na matemática.

Foi em maio de 2016 que a Escola de Ensino Médio Governador Celso Ramos, em Joinville, adotou o programa de Etnomatemática, liderado pela professora Andreia Cristina Maia Viliczinski, contemplando 17 alunos do segundo ano do ensino médio.

Você deve estar se perguntando: mas na prática, como isso funciona? Nas aulas, são abordados temas como o osso de Ishango, o jogo Mancala, fractais, gráficos na areia (também conhecidos como gráfico de Sona), capoeira e o jogo do búzio. Assim, os alunos vão construindo situações-problemas por meio da história, para o estudo da probabilidade.

Os alunos do segundo ano do ensino médio dessa escola em Joiville aprendem matemática por meio da cultura afro.
Os alunos do segundo ano do ensino médio dessa escola em Joiville aprendem matemática por meio da cultura afro.

O projeto não só ensina fundamentos da matemática como estimula a formação de valores, hábitos e comportamentos que respeitam as diferenças e as características próprias de grupos e minorias. A cultura afro faz parte da formação da cultura do nosso país, por isso, é importante que os alunos estejam em contato com ela.

“Cientes de que o racismo permanece vivo e atualizado pelo desenvolvimento das relações de produção capitalistas contemporâneas, através desse projeto repensamos a história dos africanos e de seus descendentes, articulando os conflitos da humanidade como um todo” – a professora Andreia, em post no Porvir.

Chamado de “África o Berço da Matemática”, o projeto teve seu início marcado pela exibição do filme “Besouro”, que conta um pouco da memória dos afrodescendentes no Brasil, relatando a história da capoeira e da religião desse povo.

Os alunos então foram divididos em grupos e apresentaram trabalhos dentro da temática. Para encerrar o projeto, uma oficina sobre o jogo Mancala, que representa as plantações, as colheitas e a necessidade crucial de sementes de trigo.

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