Messenger Kids: pediatras pedem que Facebook encerre o aplicativo

A era das redes sociais tem regulado as relações contemporâneas. E isso também afeta a vida e o entorno das crianças, cada vez mais cedo.

Uma reportagem publicada no jornal O Globo, escrita por Sérgio Matsuura, levantou a demanda de pediatras e educadores em relação ao aplicativo de mensagens lançado recentemente pelo Facebook especificamente para as crianças menores de 13 anos.

Segundo a matéria, o Messenger Kids nasceu para responder às críticas sobre a segurança e privacidade de crianças nas redes sociais. Disponível desde dezembro de 2017, as conversas são permitidas apenas com contatos selecionados pelos pais e não há exibição de anúncios, mas para pediatras, educadores e especialistas, isso não é suficiente: “as crianças simplesmente não estão prontas para terem contas em redes sociais”.

O posicionamento do Facebook defende que o aplicativo “ajuda pais e filhos a conversarem de forma mais segura”.

Em carta aberta liderada pela ONG Campaign for Commercial-Free Childhood, mais de cem especialistas pedem a Mark Zuckerberg, diretor-executivo e cofundador do Facebook, o fim do aplicativo. Segundo o documento, “é particularmente irresponsável encorajar crianças em idade pré-escolar a começarem a utilizar um produto do Facebook”.

“Elas não têm idade suficiente para navegar as complexidades das relações on-line, que muitas vezes levam a desentendimentos e conflitos até mesmo entre usuários adultos”, apontam os especialistas. “Elas também não têm a compreensão de privacidade, incluindo o que é apropriado para compartilhar com outros ou quem deve acessar suas conversas, fotografias e vídeos”.

O foco do Messenger Kids são crianças e pré-adolescentes com menos de 13 anos, idade mínima recomendada para o uso do Facebook e suas ferramentas.

Apesar dos controles de segurança e privacidade — os dados não são utilizados pela companhia para propósitos de publicidade —, o aplicativo incentiva as crianças a passarem mais tempo em smartphones e tablets, o que pode “afetar o desenvolvimento saudável das crianças”.

“O uso de redes sociais por adolescentes está relacionado com taxas significativamente mais altas de depressão e adolescentes que passam uma hora por dia conversando em redes sociais relatam menor satisfação com praticamente todos os aspectos de suas vidas”, descrevem os especialistas.

Com relação as meninas com idades entre 10 e 12 anos, notou-se que quanto maior o uso de redes sociais, maior a probabilidade da idealização da magreza”.

O posicionamento do Facebook defende que o aplicativo “ajuda pais e filhos a conversarem de forma mais segura” e enfatiza que os pais estão “sempre no controle” das atividades das crianças.

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