Ministério da Saúde vai ouvir sugestões para reduzir cesarianas

O Ministério da Saúde vai colocar em consulta pública resoluções para incentivar o parto normal e reduzir as cesarianas nos hospitais particulares brasileiros. A opinião de todos os setores da sociedade, inclusive usuárias dos planos de saúde, serão colhidas entre os dia 23 e 24 de novembro, por meio de formulário no portal da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). As cesarianas são consideradas epidemia nos hospitais particulares, que atendem sobretudo a usuários de plano de saúde.

A cesariana sem indicação prejudica a saúde de mãe e filho.

Há no Brasil cerca de 2,5 milhões de partos por ano, sendo que 2 milhões ocorrem no Sistema Único de Saúde (SUS) e 500 mil nos hospitais particulares. No final de maio, a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP), vinculada à Fiocruz, divulgou o estudo Nascer no Brasil, que revelou que de cada 100 mulheres que dão à luz em hospitais particulares no país, 88 são submetidas a cesarianas. A proporção é bem maior do que a média nacional de partos cirúrgicos, de 52%, a maior do mundo.

O dado é preocupante porque a a Organização Mundial da Saúde recomenda que somente 15% dos nascimentos ocorram por procedimento cirúrgico – percentual no qual devem estar incluídas intercorrências que podem colocar em risco a vida da mãe ou do bebê.