Nascimento Seguro: campanha pretende reduzir mortalidade neonatal

Para reduzir a mortalidade neonatal no Brasil, que hoje é de 9,9 a cada mil nascidos vivos, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) decidiu investir em conscientização e deu início, na última semana, à campanha Nascimento Seguro. A proposta é promover boas práticas durante o parto.

O Brasil ocupa hoje a 108ª posição no ranking da Unicef, entidade da Organização das Nações Unidas (ONU), de melhores países para se nascer no mundo. Ou seja, precisamos olhar para isso com atenção.

Até 80% dessas mortes, de acordo com o Unicef – Fundo das Nações Unidas para a Infância, poderiam ser evitadas apenas com cuidados básicos, como a presença de mais profissionais treinados, acesso a insumos como água limpa e desinfetante.

A campanha se direciona a gestores e profissionais da saúde.

Além disso, é importante que práticas como amamentação dentro da primeira hora e o contato pele a pele entre mãe e bebê sejam estimulados, porque também são responsáveis pela saúde do recém-nascido.

É importante olhar ainda para uma outra questão séria: a desigualdade social. Este é, sem dúvidas, um fator que impacta significativamente a saúde do recém-nascido. Pesquisas mostram que bebês de famílias mais pobres têm uma chance 40% maior de falecer do que os nascidos em famílias de maior renda.

A campanha se direciona aos administradores e profissionais da saúde pública, afinal, são eles os responsáveis por garantir os recursos mínimos para o nascimento seguro, e isso inclui leitos de UTI neonatal e itens de higiene e desinfecção, por exemplo.

“Tudo tão simples que não deixa dúvidas: a morte dos recém-nascido é consequência direta da precariedade da assistência no país” – disse, em carta, Luciana Rodrigues Silva, Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria.

A meta é também conscientizar sobre a importância da presença do pediatra na equipe que acompanha o parto, seja ele normal ou cesárea, especialmente no caso dos prematuros, que estão mais sujeitos às complicações.

“Assim, em todos os nascimentos deve estar o pediatra, como parte da equipe multiprofissional indispensável para que o recém-nascido seja atendido de modo seguro, seja ele normal ou com problemas de qualquer natureza, sobretudo os prematuros” – disse a presidente da SBP.

“O pediatra é o especialista que recebe o treinamento específico para cuidar da criança, por isso sua presença é indispensável”, explica Maria Albertina Santiago Rego, secretária do Departamento Científico de Neonatologia da SBP.

Confira as recomendações da campanha Nascimento Seguro:

• Estimular o contato pele a pele entre mãe e bebê logo após o parto, inclusive em prematuros, para reduzir o estresse materno, incentivar a amamentação e o desenvolvimento adequado da criança.
• Mães e pais devem tirar dúvidas com o pediatra antes do nascimento.
• Normalmente, o ideal é marcar uma consulta com o pediatra no terceiro trimestre de gestação.
• Fazer cesariana somente por recomendação médica, não escolha pessoal.
• Garantir no momento do parto exames físicos básicos feitos por um pediatra para checar a saúde do bebê.
• A gestante tem o direito de ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar, que esteja capacitada para realizar manobras ressuscitação neonatal se for preciso.
• O bebê deve ser amamentado imediatamente após o nascimento sempre que possível.
• Garantir o direito de um acompanhante para tranquilizar e apoiar a gestante durante o parto.
• Clampear o cordão umbilical só depois de alguns minutos quando viável.

Para acessar o site oficial da campanha, clique aqui.

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