Para conseguir parto humanizado, gestantes fazem rifas virtuais

A acessibilidade ao parto humanizado no Brasil é uma questão de importância urgente. De um lado, a falta de conhecimento sobre o assunto e o consequente preconceito que ele gera; de outro, as mães que escolheram a assistência humanizada, mas não podem pagar por ela.

Hoje, para conseguir garantir direitos inalienáveis para a mãe e o bebê que vai nascer, é preciso desembolsar quantias inviáveis para a maioria das famílias – a assistência completa chega a custar R$ 10 mil – ou recorrer a centros públicos que não possuem estrutura para acolher toda a demanda.

Ter um parto humanizado, seja hospitalar ou domiciliar, com segurança, respeito e acolhimento, é um direito de toda mulher.

Desde junho de 2015, foi instituída uma nova resolução que prevê que os médicos devem justificar a escolha pela cesárea. Com isso, o entendimento em relação ao parto natural e humanizado aumentou e, consequentemente, cresceu também o número de mães que escolheram por um procedimento não cirúrgico. Clique aqui para ler a matéria do Catraquinha sobre o assunto.


Como as opções públicas são poucas ou mesmo inexistentes em muitas regiões do país, gestantes têm optado por vias alternativas de financiamento, como as vaquinhas e rifas virtuais.

Ações na contramão

Para diluir esse impasse, gestantes têm recorrida a financiamento coletivo para custear o valor de um atendimento humanizado completo.

A rifa e a vaquinha virtual foi a solução encontrada pela fotógrafa Paula Hilst. Em agosto, ela teve gêmeos em um parto normal hospitalar. Para garantir que mesmo em hospital teria o melhor atendimento para o parto humanizado, Paula fez uma rifa de um ensaio fotográfico e conseguiu arrecadar de R$5 mil reais.

No lugar dos presentes, roupinhas e fraldes que ganharia dos amigos e familiares, Paula pediu uma contribuição para o financiamento coletivo.
Em entrevista ao site Mães de Peite, ela contou sobre a experiência. “Foi ótimo, bem significativo, mas ainda ficou bem longe do valor total, já que parto gemelar é muito caro”.

Caso parecido é o da empreendedora e doula Bruna Cortes, que está grávia do terceiro filho e também planeja um parto domicilar.

As duas situações chamam a atenção para a urgência da acessibilidade ao parto humanizado, que deve ser tratato como direito inalienável das famílias que optarem por ele.

*Com informações de Mães de Peito

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