Pós-parto: ‘Papai, precisamos conversar sobre a mamãe’

Os primeiros dias, semanas e meses após a chegada de um bebê são todos feitos de transformações. Emocionais, fisiológicas e práticas. O bebê recém-chegado demanda atenção integral, a rotina muda, o silêncio pede espaço e todo o resto parece ficar em segundo plano.

Porém, para onde vai a mulher quando a mãe entra em cena? Como resguardar a individualidade, os desejos e as emoções diante desse novo contexto de vida?

A escritora Flávia Carvalho, do blog Uai Mãe?!, mãe de Rafa, de um ano, resolveu escrever um texto sobre esse período do puerpério, mas de um ponto de vista diferente. E se fosse o bebê a perceber essas mudanças sutis de comportamentos do pai e da mãe? E ele se pudesse aconselhar o pai a apoiar a mãe, entendendo que a maior parte das transformações da maternidade recai sobre a mulher?

É isso o que ela propõe no texto “Senta aqui, papai, a gente precisa conversar sobre a mamãe”. Com delicadeza, é o bebê que fala com o pai, sugerindo caminhos possíveis para acolher todo esse tsunami de sentimentos desconhecidos que a mãe vivencia no pós-parto.

“Precisamos conversar sobre a mamãe”, sugere o texto da escritora Flávia Carvalho.

“Ontem de madrugada ela estava triste. Sozinha e no frio. Eu chorei, porque ela não podia. Pedi colo, porque assim eu dava um pouco de colo pra ela.
Tente entender papai.

Lembre a cada segundinho que não é fácil criar e parir uma nova pessoa. Lembre dos seios dela sempre pesados, gotejando leite e algumas vezes machucados. Eu estou aprendendo ainda e algumas vezes sou impaciente. Mas a mamãe nunca é!

E se ela não souber o que fazer e se desesperar enquanto eu choro desesperado, também sem saber o que fazer com meu corpinho e as coisas novas que estou aprendendo, me pega no colo, passeia comigo pela casa e dá alguns minutinhos pra mamãe chorar escondido, respirar fundo e voltar pra mim.”

O texto chama atenção para a importância da presença paterna na construção dos vínculos afetivos durante os primeiros meses de vida do bebê, e sugere o impacto que essa divisão de experiências tem para vivenciar o puerpério da forma mais saudável possível.

Eu vou lembrar de você papai na mesma proporção do tempo que você se dedicar a mim. Aquelas horas que você “perder” deixando de lado um jogo na TV ou preciosas horas de sono são as que irão contar na balança do nosso relacionamento.
E pode ser até que a gente se acerte quando eu estiver maiorzinho, mas não podemos deixar a mulher da nossa vida se sentindo mal com ela mesma nesse meio tempo né?
Porque ela vai papai. Vai se culpar, vai achar que não está dando conta.
Meu trabalho é sorrir pra ela e ama-la cada dia mais. O seu é fazer parte.

Clique aqui para ler o texto na íntegra.

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