Rede pública de saúde fecha mais de 10 mil leitos para crianças

Precisar de um atendimento de emergência para um filho já é uma situação de intenso desgaste, mas agora tem outro fator de preocupação. Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo, a situação da rede hospitalar para crianças no país é bastante alarmante.

De acordo com a pesquisa, entre 2010 e 2016, o Sistema Único de Saúde (SUS) fechou mais de 10 mil leitos de internação pediátrica clínica, ou seja, aqueles destinados a pacientes de até 18 anos. Em 2010, eram 48,2 mil vagas desse tipo, enquanto em 2016 ficaram 38,1 mil.

Os dados apontam que somente dois estados brasileiros tiveram aumento do número de leitos: Amazonas, com 1,7% mais vagas, e Amapá, com 27,8%. Entre a maioria, que teve queda, Sergipe lidera as estatísticas, com déficit de 50,5%, seguido por Santa Catarina, Roraima, Alagoas e Paraná.

Leitos pediátricos tiveram queda em quase todo o país

São Paulo mostrou uma redução de 20% nas vagas – em 2010, tinha mais de 6 mil e, em 2016, tinha 4.832. O Rio de Janeiro apresentou um déficit de 25,9%, caindo de 2.844 para 2.106 leitos.

Conforme análise da Sociedade Brasileira de Pediatria, faltam 3,2 mil leitos em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatais, que são feitas para atender emergências de recém-nascidos.

Luciana Rodrigues Silva, presidente da sociedade, disse ao jornal: “É uma situação gravíssima porque as crianças muitas vezes chegam a um serviço de pronto-socorro e não têm para onde ser encaminhadas”. Sobre as causas da deficiência, explica: “Muitos serviços estão fechando as portas por uma questão financeira. Há ainda casos de unidades desativadas porque não têm profissionais suficientes no quadro”.

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