Professor dá aula ninando bebê para mãe não perder os conteúdos

Equilibrar a rotina de um bebê com os estudos se impõe como um desafio à parte da maternidade. Isso porque muitas mulheres não podem contar com uma rede de apoio que possa tomar conta da criança enquanto elas estudam. Além disso, a maioria das universidades carece de programas de acolhimento a mães estudantes.

Pensando em minimizar essa tarefa árdua, o professor Alessander Mendes, do Piauí, resolveu tomar frente da situação.

Durante uma aula de Direito Penal, em uma faculdade particular de Teresina, a aluna Eliana Figueredo, estava com o filho Mateus, de três meses, quando ele começou a chorar. A estudante resolveu sair da sala para não atrapalhar a aula, porém, Alessander quis evitar que a Eliana perdesse o conteúdo, e sugeriu que voltasse para a classe.

Um pequeno gesto de empatia que reforça a importância de acolher as necessidades de cada aluno.
Um pequeno gesto de empatia que reforça a importância de acolher as necessidades de cada aluno.

O professor, então, pegou o pequeno no colo e seguiu a aula enquanto o ninava e distraía, dando um show de empatia. O momento foi registrado por um aluno, que filmou a aula e publicou o vídeo no YouTube.

Em entrevista ao G1, o professor reafrima o papel do educador na acolhida das demandas sociais, emocionais e práticas de cada estudante.

Alessander explica que o papel do docente é mediar e que nunca teve a intenção de medir forças com seus alunos.
“Eu sou mediador de conflitos, e uma das técnicas foi usar a empatia para valorizar e entender aquela mãe, que queria assistir aula. Como professor, não devemos estar disputando, mas auxiliando. Ela estar com um bebê porque precisa não é motivo para eu impedir o conhecimento”, defende.

Assista ao vídeo da aula:

https://www.youtube.com/watch?v=SdRHjOAeGnU

Mães na universidade: demandas invisíveis

“Vivemos um momento de invisibilização do fenômeno de ser mãe no ensino-superior. Quando há pesquisas que abordam o tema da evasão universitária, não se faz o recorte de gênero”, afirma a advogada especializada em casos de família e doutoranda pela UFPR, Andressa Regina Bissolotti dos Santos.

Entre eles, a advogada aponta a situação de alunas que dependem das casas estudantis, onde não há espaço para mães ou que proíbem, em seu estatuto, a vivência dos filhos durante o período de residência de mães e pais no local.

Clique aqui para ler a reportagem do Catraquinha sobre o assunto.

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