Conheça as razões para nunca adquirir andador infantil

Por Ana Leite do Portal Reab.me

Razões para não ter um andador infantil.
Razões para não ter um andador infantil.

É consenso que o uso de andador está contra indicado. Todas as Sociedades de Pediatrias – Brasileira, Americana, Canadense e outras, são contra o uso e a comercialização dos andadores infantis. Além de não haver benefício algum em seu uso, representa risco de lesões graves e ainda pode gerar atraso no desenvolvimento psicomotor. Todos aqueles que possuem andadores devem ser encorajados a levá-los a locais onde sejam destruídos e seus materiais reciclados. Mesmo com supervisão, a maioria dos acidentes acontece enquanto um adulto está cuidando da criança.

Os pais acreditam que, ao usar o andador, a criança estará segura e alegam várias razões para seu uso, como: estimular a marcha, manter a criança quieta e feliz, encorajar a mobilidade e independência, fazer exercícios e contê-la enquanto está se alimentando. Mas estão enganados!

Entenda as razões para nunca adquirir um andador infantil:

Risco de Morte

Os acidentes mais graves decorrem de quedas em escadas, degraus e desníveis de piso e afetam principalmente a cabeça da criança, que está mais exposta e desprotegida.  O andador permite que a criança se movimente com muita velocidade, até 1 metro por segundo!  Como ela consegue esta velocidade maior, também aumenta a força do trauma podendo gerar lesões mais graves, como fraturas e traumatismos cranianos. Ao apoiar os pés no chão, a criança pode impulsionar o corpo para trás e virar o andador, batendo a cabeça na parede ou no chão.

Atraso no aprendizado e desenvolvimento motor

Segundo estudos, crianças que usam andador possuem escores inferiores nos testes de desenvolvimento e ainda andam mais tardiamente que as crianças que não o usaram, pois o uso do andador impede que músculos e tendões se formem de maneira estruturada e correta. E esta estruturação só é possível com os movimentos naturais de aprendizado dos primeiros passos.

Além disso, leva a prejuízo no estímulo ao fortalecimento muscular. A criança fica sentada em uma posição que força e roda as pernas para fora, o que não é bom para o encaixe entre a cabeça do fêmur e o quadril.

O exercício físico é na verdade muito prejudicado pelo uso do andador, pois, embora ele confira maior mobilidade e velocidade, a criança gasta menos energia com ele do que tentando alcançar o que lhe interessa fazendo uso apenas da força de suas próprias pernas, deixando assim de fortalecer a musculatura como deveria.

Quando a criança está sentada em uma cadeira rodeada por um para-choque enorme que lhe permite andar para qualquer lugar e bater em qualquer coisa sem critério, os mecanismos neurológicos responsáveis pelo equilíbrio não são de fato estimulados. Ela pode ainda apoiar os pés no chão de maneira inadequada, dobrando-os para trás, correndo o risco de lesionar os dedos dos pés e tornozelos.

Ao estar sentada num andador, a criança não visualiza onde os seus pés estão quando anda. Sermos capazes de observar o movimento das nossas mãos e pés é importante para o desenvolvimento do cérebro e da nossa propriocepção, que é a capacidade de reconhecermos a posição dos nossos membros mesmo sem olhar para eles. Assim, se a mesma não tem a oportunidade de experimentar essa sensação, isso pode afetar o seu equilíbrio e o seu desenvolvimento.

E atenção!! O uso de andadores pode levar a atrasos maiores ainda em crianças que já têm algum atraso no desenvolvimento, levando a problemas de equilíbrio e alinhamento.

Outros perigos importantes 

No andador, a criança está sentada a uma altura maior que deveria, o que lhe dá mais liberdade. Assim, consegue alcançar lugares mais altos e perigosos, pode esbarrar bruscamente em móveis, pendurar-se em fios mais altos, conseguir agarrar panelas quentes em cima do fogão, puxar a toalha da mesa, cair algum objeto sobre ela e alcançar produtos perigosos e tóxicos.

Ainda por conseguir alcançar alturas mais elevadas, pode sofrer queimaduras, ferimentos cortantes e intoxicações, devido ao acesso aumentado a produtos químicos e de uso domiciliar. São descritos ainda casos de afogamento, pelo fato da criança chegar mais rápido e cair numa piscina, banheira ou balde.

E lembre-se, a maioria destes eventos ocorre enquanto quem está cuidando da criança está por perto e simplesmente não consegue alcançar o equipamento.

Via Reab.me