Famílias em torno de uma mesa transformam a cidade de Barcelona

Por: Mayara Penina
Família participante do projeto.

Por Juliana Sada do Portal Aprendiz

Sentar ao redor de uma mesa e passar uma tarde juntos, compartilhando – para além de uma refeição – vivências, histórias e inquietudes. O ritual soa comum: grupos de amigos e famílias costumam vivenciar este tipo de experiência habitualmente. Afinal, as refeições não servem apenas para se alimentar, mas também são espaços de construção de relações socioculturais. Um pouco mais diferente seria se reunir com uma família desconhecida para fazer uma refeição conjuntamente. Como você prepararia a sua casa? O que cozinharia? E se fosse você o convidado? Estaria nervoso? Levaria algo?

Em Barcelona, um projeto realizou esses encontros inusitados e conseguiu envolver mais de 300 pessoas. O objetivo? Estreitar os laços entre vizinhos, fortalecer o tecido social, lidar com o racismo, derrubar estereótipos e construir uma cidade mais diversa e tolerante. “A proposta é fazer o encontro entre duas famílias e numa casa, porque é o espaço mais íntimo para fazer esta aproximação”, aponta Sandra Nafría, técnica do projeto.

Promovido pela entidade SOS Racisme, em parceria com a prefeitura de Barcelona, o projeto Familia del costad (Família do lado, em catalão) realizou 46 encontros entre 2014 e 2015. Em cada ocasião, duas famílias vizinhas e de origens culturais e étnicas diferentes se reuniam para se conhecer e realizar juntas uma refeição. Como não têm contato até o encontro, voluntários intermedeiam a preparação do encontro e trabalham para que não haja imprevistos. Para o projeto, o conceito de família é amplo: pais solteiros, avós, amigos e casais homo ou heterossexuais poderiam participar da iniciativa.

Para a diretora da SOS Racisme, Alba Cuevas, “faltam espaços de encontro para as famílias. Buscamos dar a oportunidade de se a viver a riqueza da diversidade, que nem sempre podemos compartilhar”.

Atualmente, a prefeitura estuda a possibilidade de realizar o projeto de forma mais focalizada, concentrando cada edição em um bairro. Já a SOS Racisme está em contato com outros municípios, cujas gestões locais se mostraram interessadas em realizar a iniciativa. “Construir essa relação entre vizinhos nos permite avançar e construir uma Barcelona melhor, mais justa e igualitária”, avalia Alba Cuevas. “É um caminho longo e ainda temos muito que percorrer.”

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