‘Cada um deve cuidar da sua própria vida’, diz médica Júlia Rocha

A médica Júlia Rocha é conhecida publicamente por sua militância ativa sobre uma série de assuntos, entre eles o direito à amamentação, o acesso à saúde pública de qualidade e a humanização no atendimento.

Depois de viralizar com o texto em que problematiza a luta invisível de mulheres que têm seus direitos à amamentação limitados pelo sistema e pela própria lógica do mercado de trabalho, Júlia teve novamente um post viral circulando pelas redes sociais.

A resposta empoderada de uma mãe acostumada a lidar com os julgamentos: “minha opinião é que cada um deve cuidar da sua vida e da vida de seus próprios filhos”.
A resposta empoderada de uma mãe acostumada a lidar com os julgamentos: “minha opinião é que cada um deve cuidar da sua vida e da vida de seus próprios filhos”.

No post, ela compartilha a resposta que dirigiu a uma desconhecida que escreveu em seu Facebook, afirmando que os locais onde a médica leva sua filha seria impróprio para crianças. Na pergunta, feita em tom de provocação e ironia, a pessoa chega a sugerir que a conduta de Júlia como mãe e como profissional é diferente.

A resposta da médica, então, veio em forma de sensibilização sobre o verdadeiro risco à infância. “Minha opinião é que cada um deve cuidar da sua vida e da vida de seus próprios filhos”, defendeu.

No post que viralizou, ela pontua que o problema real das crianças brasileiras é o trabalho infantil, a prostituição e outras questões sociais do gênero, e não as escolhas de cada pai ou mãe que resolve criar o filho longe dos estereótipos da educação ‘perfeita’.

“Tem criança na carvoaria, no sinal, no prostíbulo, mas a gata tá preocupada com a que tá batendo palma no colo da mãe”, ressalta Júlia, referindo-se ao comentário que recebeu.

Tem criança na carvoaria, no sinal, no prostíbulo, mas a gata tá preocupada com a que tá batendo palma no colo da mãe.

Posted by Júlia Rocha on Monday, December 11, 2017

Mais do que um post viral no Facebook, o caso chama a atenção mais uma vez para o eterno embate entre as escolhas individuais de cada família e aquilo que a sociedade percebe como sendo o melhor modelo de maternidade e parentalidade a ser seguido.

Conforme apontou a médica em sua resposta, as questões sensíveis relacionadas à infância estão em outros lugares, e estes sim merecem toda a atenção daqueles que desejam proteger as crianças e garantir que elas cresçam em plenas condições de se desenvolver.

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